As diversas fases da Ararath ocorrem desde 2014 e investigam um esquema ilegal de fraudes e transações financeiras, inclusive dinheiro para aplicar em campanha eleitoral.

Dois conselheiros que estão afastados do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE) são alvos da 16ª fase da operação Ararath, realizada nesta quarta-feira (17), em Cuiabá.

José Carlos Novelli, de 66 anos, e Waldir Júlio Teis, de 66 anos, são dois dos alvos. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra eles. Um dos mandados foi cumprido na chácara de Novelli.

Novelli divulgou nota à imprensa onde repudiou a ação. (veja ao final da matéria).

A ordem para as medidas cautelares partiu do ministro Raul Araújo, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao todo, são 19 alvos sendo 8 empresas, 8 pessoas físicas, 2 fazendas e o TCE.

Além das buscas, o relator acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a quebra de sigilos e para compartilhamento de informações entre os investigadores e a Receita Federal relacionadas a 33 empresas e 30 pessoas físicas que teriam participação no esquema.

Novelli foi afastado do TCE, assim como Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim, Walter Albano e Sérgio Ricardo, após medida cautelar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no âmbito da Operação Malebolge, sequência da operação Ararath, em setembro de 2017.

As medidas executadas nesta quarta-feira configuram mais uma etapa de investigação iniciada no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como objeto desvios ocorridos entre 2012 e 2018. Neste caso específico, são investigados cinco conselheiros do TCE – já afastados dos cargos por decisão judicial.

As investigações tiveram como ponto de partida, entre outras provas, informações fornecidas em acordos de colaboração premiada firmadas entre investigados e o Ministério Público Federal.

Um dos colaboradores declarou que o então governador do estado, Silval Barbosa, pagou R$ 53 milhões aos conselheiros que, em contrapartida, deveriam aprovar as contas da gestão e não apresentar obstáculos ao andamento de projetos e obras do Executivo estadual, sobretudo voltados para os preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

As diversas fases da Ararath ocorrem desde 2014 e investigam um esquema ilegal de fraudes e transações financeiras, inclusive dinheiro para aplicar em campanha eleitoral.

Outro lado

O conselheiro José Carlos Novelli repudia a medida de busca e apreensão realizada na manhã desta quarta-feira (17).

Desde o início das investigações, o conselheiro sempre atendeu adequadamente a todas as notificações nas quais foi instado a se manifestar e a apresentar documentos e informações.

A medida empreendida na data de hoje afigura-se totalmente desnecessária, uma vez que operação similar nessa investigação já foi executada em 2017, sem acréscimo de novos elementos

O conselheiro reforça ainda que já são quase três anos de processo investigatório sem resolução e, mesmo com sua conduta colaborativa, ainda se vê vítima de um processo de delação premiada parcial, condenatório e vazio de provas.

Fonte | G1

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