Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) permitiu os testes clínicos com plasma

O Ministério da Saúde tem apoiado instituições e monitorado pesquisas que objetivam identificar um tratamento efetivo para a Covid-19. Entre elas, em especial um consórcio de estudos – dos hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês e Universidade de São Paulo – que utilizará o plasma sanguíneo convalescente de pacientes recuperados da doença.

O procedimento consiste na transfusão do plasma, a parte líquida do sangue, de um paciente curado para um cidadão infectado. Nessa terapia, espera-se que os anticorpos presentes no plasma forneçam imunidade às pessoas com a doença. Esta prática já foi utilizada com sucesso no controle de outras pandemias e epidemias ao redor do mundo. Ainda não se sabe qual será o resultado contra o coronavírus, mas especialistas de vários países, como o Brasil e os Estados Unidos, estão testando essa possibilidade de tratamento..

“Esse tratamento busca a diminuição dos sintomas da infecção e da carga viral no organismo, resultando em uma menor utilização de leitos de UTIs. Ainda não há tratamento comprovado que cure o paciente com a Covid-19. Os cuidados ofertados atualmente são de suporte e tratamento de sintomas, como febre, tosse e dores no corpo”, explica o médico oncologista, André Crepaldi.

Segundo a médica hematologista, Paloma Borges dos Santos Valk, o Centro de Hematologia e Hemoterapia – Hemosan – elaborou um projeto para colaborar com essa pesquisa, que está sob análise pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa – Conep – e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Enquanto aguarda a aprovação do projeto, o Hemosan está fazendo ajustes e já começou a captar potenciais doadores.

“Os doadores precisam ter tido o Covid-19, apresentar o teste positivo, ter terminado os 14 dias de isolamento e tratamento, não apresentar sintomas, ser do sexo masculino, não ter nenhuma comorbidade que contra-indique a doação habitual de sangue e apresentar o exame negativo do Covid-19, pós-tratamento. As coletas e transfusões só serão feitas depois que o projeto for aprovado pela Anvisa. Quem tiver interesse em fazer parte deste estudo pode entrar em contato com o Hemosan que nós vamos fazer os agendamentos para triagem”, explica Paloma.

Plasma – O plasma é a parte líquida do sangue. O uso desta substância retirada de pacientes recuperados já foi usado com sucesso em surtos de outras infecções respiratórias, incluindo a pandemia do vírus influenza H1N1, que ocorreu entre 2009 e 2010; a epidemia de Síndrome Aguda Respiratória (chamada de Sars-CoV-1), em 2003; e a epidemia de síndrome respiratória do Oriente médio (Mers-CoV), de 2012.

“É importante que as pessoas que foram curadas e que estejam em boa saúde, com todos os testes comprovando que não há mais a presença do Covid-19 no organismo, contribua e doe o plasma para ajudar na realização desse tratamento no Estado de Mato Grosso”, finaliza André Crepaldi.

Fonte | Assessoria
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