O coronavírus se alastrou por diversos países, proveniente do Oriente, mais precisamente da China, onde a cultura é diversa aos países Ocidentais, e a alimentação é constituída de animais, digamos, um tanto quanto exóticos, que, segundo alguns estudiosos culminou no surgimento do vírus que já acometeu muitos e resultou em elevado numero de óbitos.

E é sobre a morte que vamos falar.

Ressalvadas algumas exceções, independente de crenças, muitos se despendem dos entes queridos, com preces, louvores e orações, velando o corpo do falecido.

Estima-se que o velório teve sua origem na idade média, quando os copos eram confeccionados com estanho (pertence à classe dos metais, cujo símbolo é Sn), e, aqueles que consumiam álcool (cerveja ou uísque), eram acometidos de narcolepsia, sendo, então, estendidos sobre uma mesa por longas horas, ficando sob a vigília da família, aguardando o despertar ou a confirmação da morte.

O nome velório advém do uso de velas, que eram utilizadas para realizar a vigia, vez que, à época, inexistia eletricidade.

Vivemos de lembranças e memorias, materializadas em cartas, fotografias, objetos, e, túmulos, que são visitados com frequência.

Convivemos com o passado e com o presente, embora tenhamos expectativas e projeções para o futuro, os fatos pretéritos estão em nossos pensamentos e influenciam na nossa formação emocional e social.

Estudamos os livros de histórias, visitamos museus, arquivos, estátuas, colecionamos moedas, selos, discos, e, tudo isso integra o nosso presente.

Em uma sociedade com extremas diferenças sociais, onde o poder aquisitivo se sobrepõe, tal diferença, pode ser constatada nos antigos cemitérios, onde encontram-se, instalados túmulos e artefatos, que representam verdadeiras obras arquitetônicas.

Consoante se vê, as diferenças há muito se fazem presentes em todos os aspectos e momentos, inclusive no funeral e sua ritualística, mesmo nas lápides horizontais, que substituíram os mausoléus, pequenos templos, e construções luxuosas.

Fruto da lembrança do passado, e da homenagem aos mortos, temos um feriado Cristão, de abrangência nacional, conhecido como dia de Finados, celebrado em 02 de novembro, quando muitos visitam os túmulos, levando flores e velas para registrar a visita.

Pois bem!

Com centenas de mortes ocorrendo em um único dia, decorrentes do Covid 19, as famílias não estão podendo seguir na integra o ritual de velar o ente querido e os enterros estão ocorrendo de forma coletiva, em grandes valas.

Controvérsias à parte, temos que, o procedimento embora necessário, em razão da pandemia que se instaurou, e o elevado número de mortes, fere a perpétua lembrança, impede o registro de dados frequentemente grafados nas placas, tais como: nome, data de nascimento, falecimento, e, até mesmo, o epitáfio.

Gerações futuras não terão acesso aos jazigos individuais, ficando, parte do seu passado, da sua história, sem registro efetivo para que possam vir a prestar homenagens aos seus antepassados.

Andréa Matia Zattar

A história que estamos vivenciando, com elevado número de pessoas contaminadas pelo vírus que se espalha facilmente, acarretando diversas complicações, dificultando o tratamento e ocasionando centenas de mortes diariamente, mostra a fragilidade do ser humano.

Os fatos que estamos vivendo revelam a oportunidade de diminuirmos as nossas diferenças, para que, ao final da quarentena, ao término do isolamento social, possamos juntos reconstruir a economia e repartir melhor o pão.

É tempo de mudança. Uma nova e desconhecida realidade nos espera.

A todos que perderam amigos e familiares nossos sinceros sentimentos.

Finalizo o artigo, desejando que, possamos viver em um reino, onde, os que tenham muito, não tenham sobra, e os que tenham pouco, não tenham falta.

Fonte |  Andréa Maria Zattar, – Advogada no Estado de MT

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