Em tempos de pandemia, o Instituto Ciranda vem adotando todas as medidas de prevenção e proteção contra a contaminação da Covid-19, o que inclui evitar aglomerações. O que não significa que as aulas estejam suspensas.

Para não comprometer o ano letivo, os professores do Instituto Ciranda adaptaram o método de ensino para aulas à distância, via videoconferência. As atividades online abrangem os seis polos da instituição e todos as aulas, alcançando boa parte dos alunos do Instituto, incluindo os de João Carro e Água Fria, zona rural de Chapada dos Guimarães.

“É um desafio diário. À distância, os professores estão enviando o material por escrito para os alunos, além de vídeos didáticos gravados por cada professor, para cada aula. Organizar tudo isso leva tempo, escrever, gravar e enviar para todos. E esse é apenas o primeiro passo. Depois entramos em contato com os alunos, fazemos conferências, esclarecemos dúvidas”, explica Yndira Villarroel, coordenadora pedagógica do Instituto Ciranda.

Ela ressalta ainda que a colaboração dos pais na cobrança das tarefas e feedback das aulas tem sido fundamental para que o “novo” método seja bem desenvolvido e gere bons resultados, para quando os ensaios coletivos retornarem.

“A resposta dos meus alunos tem sido muito boa. Os pais estão colaborando também, muito presentes e empenhados. Eles mandam vídeos, fotos das tarefas prontas. Trabalho com mais de 100 alunos de violino e viola, entre os níveis 1 e 5. Para os níveis mais avançados, as aulas ocorrem por Skype e são um pouco mais práticas”, diz a coordenadora.

Para o professor de flauta transversal, Leonid Peniago, o novo método requer muita disciplina. Após o contato individual com cada estudante, por telefone ou WhatsApp, o professor faz uma proposta de vídeo aos flautistas.

“O vídeo é uma ferramenta muito versátil. Podemos explorar de várias formas. Propus um exercício e pedi um vídeo para cada um deles. Assim posso acompanhar bem, individualmente, erros, acertos. Está dando muito certo. Conversamos muito depois, respondo cada um deles com muito mais propriedade”, explica.

Método de ensino à distância

Desde o dia 16 de março, todo o corpo docente do Instituto Ciranda, por videoconferências, vem se reunindo constantemente para desenvolver e aprimorar o novo método de ensino à distância.

Um dos grandes desafios, na opinião da professora Jessica Gubert, das aulas de clarineta, é planejar o formato das disciplinas de acordo com a realidade de cada um dos polos, que a propósito, são bem diferentes.

“Além de desenvolver as aulas, precisamos mapear o aceso à internet em cada região, se os alunos estão com instrumentos organizados, método de ensino em mãos. Só depois de termos todas essas informações é que buscamos a melhor maneira de implantar esse sistema online”, explica.

Quanto ao formato das aulas, são formados grupos de classes, de acordo com o nível e o instrumento. Esses grupos, geralmente, estão no WhatsApp. Todos os alunos recebem videoaulas semanais e têm quatro dias para responder aos exercícios, que são entregues em vídeo. Então o professor assiste a todos e retorna, de maneira individual, com vídeo ou áudio, dependendo da necessidade de cada estudante.

“São muitas turmas, muitos polos e muitas realidades. Precisamos dar condições, apresentar novas ferramentas de ensino. Estamos produzindo muitas vídeoaulas, é um vídeo por semana para cada nível de instrumento. O retorno é sempre individual. Para os instrumentistas em nível avançado, as aulas são individuais e ocorrem uma vez por semana”, explica Jessica.

Em Cuiabá, além da nova sede, terão continuidade ações nos bairros e programas especiais com parcerias diversas. Saindo da Capital, polos em Chapada dos Guimarães e nos distritos de João Carro e Água Fria; em Rondonópolis; e a continuidade de um amplo projeto de criação e efetivação da Orquestra Jovem Sesc Pantanal, em Poconé.

Sob o prisma técnico, com aulas de instrumento e forte atuação por meio das práticas musicais, desde sua criação, em 2003, o Instituto Ciranda tem conseguido, de diversas maneiras, inserir jovens no mercado de trabalho, em faculdades de música de várias universidades do Brasil e exterior, além de participações em importantes orquestras e festivais.

“Desde muito cedo além das aulas de instrumentos os alunos são envolvidos em práticas musicais coletivas nas orquestras Cirandadinha, Primeira Ciranda e CirandaMundo, esta última prestes a lançar sua oitava temporada artística em Mato Grosso, isso cria todo um movimento consciente rumo às novas etapas e desafios inerentes ao processo de desenvolvimento musical”, conclui Murilo Alves, coordenador do Instituto Ciranda.

Fonte | Secom-MT  Foto | Divulgação
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