Denúncia apresentada pelo Ministério Público e aceita pela Justiça considerou caso como violência doméstica.

O juiz da Vara Criminal e Tribunal do Júri de Águas Claras, no Distrito Federal, aceitou denúncia de feminicídio contra Laryssa Yasmin Pires de Moraes, de 21 anos, que matou a filha, Júlia Felix de Moraes, de dois danos, em fevereiro deste ano. Cabe recurso.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal. Promotores alegam que o “crime foi cometido contra vítima mulher em contexto de violência doméstica”, e que por isso deve ser considerado feminicídio.

Ao julgar o caso, o juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira aceitou o entendimento. A decisão foi assinada na última sexta-feira (6) e divulgada nesta terça-feira (10).

O assassinato ocorreu na madrugada de 13 de fevereiro, em Vicente Pires. Além de matar a filha, a jovem teria usado uma faca para atacar o pai da criança, que ficou ferido no rosto (relembre abaixo). Devido à agressão, o Ministério Público também denunciou Laryssa por lesão corporal.

A decisão também mantém a prisão preventiva da jovem. Ao justificar, o juiz citou que o crime “foi praticado de forma bárbara” e que a forma como foi praticado “revela a periculosidade da acusada para o convívio social”.

O despacho cita ainda que a ré não apresentou defesa técnica até a data da decisão.

Agravamento da pena

O juiz marcou uma audiência de julgamento para 28 de abril. Na ocasião, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa. Posteriormente, serão discutidos outros pontos da denúncia que podem impactar na condenação. O MP sugere o agravamento da sentença.

Além do feminicídio, o documento cita outros três pontos que podem aumentar a pena. São eles:

  1. Motivo torpe – porque Laryssa “matou a filha em razão do interesse paterno em obter a guarda da criança”;
  2. Emprego de meio cruel – Laryssa, “após as facadas, ainda tampou a boca da criança com um pano, revelando uma brutalidade fora do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”;
  3. Recurso que dificultou a defesa da vítima – Laryssa “atacou covardemente uma criança de apenas 2 anos com facadas enquanto estava deitada e não esperava ser atacada pela própria mãe”.

O crime

Polícia Civil faz perícia em apartamento onde menina de 2 anos e 2 meses foi morta a facadas, no DF — Foto: Luiza Garonce/G1
Polícia Civil faz perícia em apartamento onde menina de 2 anos e 2 meses foi morta a facadas, no DF — Foto: Luiza Garonce/G1

O assassinato ocorreu no apartamento em que Laryssa, a filha e o ex-companheiro, Giuvan Felix moravam. O casal não tinha um relacionamento, mas vivia juntos a cerca de dois meses, após a jovem ser expulsa de casa, em Padre Bernardo (GO).

Em depoimento à Polícia Civil, Giuvan contou que ele e Laryssa se desentenderam após ela afirmar que reataria um relacionamento com uma ex-namorada. A partir de então, ele afirmou que passou a se informar sobre procedimentos para requerer a guarda da criança.

Aos policiais, Giuvan disse ainda que tinha um acordo com Laryssa para ela deixar a casa. No dia combinado da saída, ela matou a criança.

Após o crime, a mãe de Júlia contou diferentes versões. Primeiro, enquanto era atendida pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), confessou o assassinato. Já na delegacia, disse que a filha havia sido morta pelo pai. No entanto, segundo a polícia, horas depois ela voltou a assumir a autoria do crime.

Fonte | G1  Foto | Redes Sociais

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