Foram ouvidas 18 testemunhas. Após audiência de instrução, o juiz responsável pelo caso poderá definir que a madrasta vá a júri popular.

A Justiça de Mato Grosso começou a ouvir as testemunhas do caso da madrasta acusada de matar a enteada dela envenenada por causa de uma herança, em Cuiabá.

A madrasta Jaíra Gonçalves de Arruda, de 42 anos, foi indiciada por homicídio qualificado pela morte da menina Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos.

Segundo a Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), Jaíra cometeu o crime para conseguir a herança da vítima, de R$ 800 mil.

Nesta quinta-feira (27) foram ouvidas, no total, 15 testemunhas da acusação e três da defesa. A defesa da madrasta pediu a oitiva de mais duas testemunhas.

As testemunhas devem ser ouvidas na próxima audiência, que está marcada para o dia 23 de março. Depois disso, a madrasta Jaíra Gonçalves será interrogada.

De acordo com o advogado da família da criança, Luciano Augusto Neves, se todas as testemunhas forem ouvidas e não houver nenhum requerimento das partes, o juiz responsável pelo caso já poderá dar uma sentença de pronunciação.

Jaíra está presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, desde setembro de 2019. De acordo com a polícia, ela colocava doses de veneno na comida da menina, que morreu em junho do mesmo ano.

O inquérito concluiu que o pai de Mirella não teve participação no crime.

Motivação

A menina tinha direito a uma indenização pela morte da mãe durante o parto, decorrente de erro médico em um hospital da capital. A ação foi movida pelos avós maternos da criança. Em 2019, após 10 anos, o processo foi encerrado, e o hospital foi condenado a pagar uma indenização de R$ 800 mil à família, já descontando os honorários advocatícios.

Parte do dinheiro ficaria depositada em uma conta para a menina movimentar na idade adulta. A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte desse fundo para despesas da criança, mas a maior quantia só poderia ser acessada aos 24 anos.

Internações

Do final do ano passado até a morte, Mirella foi internada várias vezes. No total, foram nove entradas em um hospital particular de Cuiabá, onde ficava de três a sete dias e, depois, melhorava. Ao retornar para casa, ela voltava a adoecer.

Ela recebia diagnósticos de infecção, pneumonia e até meningite. Na última vez em que foi parar no hospital, a menina já chegou morta.

Fonte | G1  Foto | PJCMT

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