Inspirada pelo slogan “Se não houver cura que, no mínimo, haja conforto” do Fevereiro Roxo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) embarcou na campanha nacional, que salienta os cuidados com a fibromialgia. Dessa forma, com o escopo de divulgar as providências necessárias para reduzir as mazelas desencadeadas por essa doença e chamar a atenção do público em geral sobre a relevância do diagnóstico precoce para que se possa aplacar ao máximo seu impacto na qualidade de vida das suas vítimas e, ainda, de apontar os sintomas para que a patologia seja identificada o mais cedo possível e difundir os tratamentos disponíveis, a SMS desenvolveu o projeto FibroRondonópolis.

Culminando com a entrega de carteirinhas produzidas pela Saúde aos portadores de fibromialgia, o FibroRondonópolis realizou, na tarde desta quinta-feira (20), no auditório do Paço Municipal, um encontro que contou também com a palestra do reumatologista do Centro de Especialidades, Apoio e Diagnóstico Albert Sabin (Ceadas) Maurício Raposo, que falou sobre o tema traçando os distúrbios que a fibromialgia acarreta e as medidas de que se pode lançar mão para administrá-la.

Expedida pela SMS, a carteira de identificação para os pacientes de fibromialgia tem como fundamento a lei municipal 10.303/2019, que estabelece que empresas privadas e públicas, órgãos e concessionárias de serviços públicos e, ainda, aquelas que executam atividades comerciais devem conceder atendimento preferencial aos que sofrem de fibromialgia assim como o dispensam a idosos, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e portadores de deficiência.

Unidos na campanha e somando forças para ofertar um tratamento adequado e específico em sociedade aos portadores de fibromialgia, estiveram no seminário o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio, o vereador Silvio Negri – que é o autor da lei –, a secretária de Saúde, Izalba Albuquerque, e a gerente do Departamento de Ações Programáticas da SMS, Mariúva Valentim.

Zé do Pátio ressaltou que a lei 10.303/2019 é providencial ao momento que o município vive. “O que está acontecendo em Rondonópolis é um aprimoramento das políticas públicas na área da saúde. Nós estamos ampliando os serviços prestados nesse setor e não medimos esforços para ofertá-los com qualidade”, afirmou o prefeito e completou: “Essa lei vem a calhar com nosso governo e eu peço rigor no seu cumprimento”.

Izalba mostrou-se solidária às vítimas dessa enfermidade que, mesmo não apresentando marcas visíveis no corpo, causa dores físicas, emocionais e psicológicas àqueles que são acometidos pela síndrome. “Só sabe o que é conviver com fibromialgia quem tem a doença. Nossa intenção, ao entregar as carteirinhas, é facilitar as condições de vida dessas pessoas”, compartilhou.

Patologia cujo maior número de vítimas são mulheres, a fibromialgia tem como principal sinal indicativo dor crônica no corpo e percepção exacerbada a um estímulo físico. Para dar uma ideia o quadro clínico e explicar a hipersensibilidade que toma conta dos fibromiálgicos, Maurício fez analogias: “Na fibromialgia falta produção de determinadas substâncias químicas em estruturas específicas do cérebro. Com isso, a sensação de dor é potencializada. Podemos comparar a um diabético que não tem insulina”, observa o médico ao fazer um paralelo com a falta de elementos necessários no organismo.

Ele ainda cita outra situação para demostrar a dimensão da resposta do organismo a um simples toque ou pressão muscular nos que são afetados por essa enfermidade: “Podemos imaginar um microfone com o botão de volume no nível mais alto. Ele, certamente, vai captar o som ambiente que está em um tom normal e reproduzi-lo de maneira superamplificada. Essa situação se assemelha à reação dos fibromiálgicos aos estímulos recebidos em seu corpo”.

Esses e outros fatores ensejam um tratamento específico aos portadores de fibromialgia que, não apenas merecem receber atendimento preferencial, mas, principalmente, atenção e diálogo, já que, como enfatizou o reumatologista, como a doença não se manifesta com marcas concretas, é comum que, ao relatar seus sintomas ele seja desacreditado.

“O paciente fibromiálgico, muitas vezes, vai sendo isolado e cai no descrédito pelos que convivem com ele por causa da falta de evidências. Então, até receber o diagnóstico, ele já foi desamparado e frustrado. E, de acordo com seu quadro clínico, ele fica extremamente vulnerável”, alertou o doutor.

Além da exposição do reumatologista, na ocasião também estiveram presentes a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), profissionais de psicologia e fisioterapia prestando atendimento e ofertando auriculoterapia e massoterapia aos participantes do evento.

Fonte | Assessoria Foto | Divulgação
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