Uma vez por mês um grupo de profissionais oferece sessões no Parque Mãe Bonifácia. Neste mês, os atendimentos acontecem neste domingo (16).

Um grupo de 39 psicólogos faz atendimentos gratuitos uma vez por mês em Cuiabá. O projeto Escuta no Parque visa ouvir pessoas que necessitam de atendimento profissional para saúde mental. Neste mês as sessões ocorrem neste domingo (16), no Parque Mãe Bonifácia, das 8h às 10h.

De acordo com Cinthia Farinha Nassarden, uma das idealizadoras do projeto, em cada sessão mensal, cerca de 10 a 12 psicólogos se reúnem no parque para prestar atendimentos gratuitos à população. Por dia uma média de 7 a 10 pessoas são atendidas, com duração de 30 a 40 minutos por sessão.

Ela contou que a escolha do lugar foi intencional, porque é um local democrático, onde circulam pessoas de várias classes sociais. Portanto, mais pessoas podem ser beneficiadas com a oportunidade que o projeto proporciona.

“O nosso atendimento é um plantão psicológico, sendo orientativo e acolhedor. O intuito é trabalhar a demanda que está ali, caso haja necessidade ou interesse da pessoa em continuar, a gente encaminha o cidadão ao serviço público. Temos os contatos para isso, o que a gente faz é como se fosse um plantão de hospital. Tratamos o problema que apareceu e encaminhamos para tratamento”, explicou a psicóloga.

Cinthia Nassarden trabalha como psicóloga clínica há nove anos. Ela conta com a ajuda de Mauriene Tizzo, que também idealizou o projeto. Ambas também fazem os atendimentos à população.

A psicóloga disse que elas se inspiraram no Escuta na Grama, realizado em São Paulo. Em Cuiabá, o projeto começou em setembro de 2019.

Para este ano, já tem um cronograma definido. Serão nos dias 8 de março, 5 de abril, 17 de maio e 14 de junho. Todos as datas são aos domingos e o horário dos atendimentos sempre das 8h às 10h, no Parque Mãe Bonifácia.

Tane Miquieli Elicker Schirmbeck é psicóloga há quatro anos e está se especializando em Terapia Sistêmica. Ela participa do projeto desde outubro do ano passado. Para ela, o projeto é fantástico e extremamente importante, pois na atualidade o estilo e ritmo de vida estão prejudicando a saúde mental das pessoas.

“Esse espaço de livre acesso dá a oportunidade para quem está passando por um momento complicado ter acesso a uma ajuda profissional. As pessoas são escutadas, algo que é muito difícil na correria do dia a dia, mas crucial para a pessoa no momento de dificuldade”, afirmou Tane.

Ela ainda disse que, além de fazer o bem para as pessoas, o projeto é importante para desmistificar a psicologia, visto que muitos ainda pensam que ‘psicólogo é coisa de doido’. No entanto, é importante pois podemos fazer uma psicoeducação, esclarecendo a importância da profissão, explicou.

A psicóloga afirma que a escuta qualificada pode mudar a vida das pessoas, ajudando a ver as coisas sob uma nova ótica, com menos preconceito e mais aceitação. Ela disse estar satisfeita em participar de um projeto que pode ajudar a população.

“Acho maravilhoso poder participar de algo que apesar de parecer pouco, pode ser o ponto de partida para uma mudança gigantesca na vida das pessoas”, pontuou Tane.

Aproximadamente 70% das pessoas que são atendidas pelos psicólogos foram ao parque exclusivamente por causa do atendimento — Foto: Cinthia Farinha Nassarden/Arquivo pessoal

Aproximadamente 70% das pessoas que são atendidas pelos psicólogos foram ao parque exclusivamente em busca de atendimento, de acordo com a coordenadora.

Sobre novos projetos, Cinthia disse que o grupo tem a vontade de realizar palestras com a temática de saúde mental em escolas públicas e ambientes particulares, mas ainda é só uma ideia.

O grupo de psicólogos deseja ampliar o projeto Escuta no Parque, fazendo mais atendimentos e aumentando o número de psicólogos para atuação. A princípio estão estudando a possibilidade de contemplar outros parques e ir para o interior do estado, contou a coordenadora.

Questionadas sobre a importância do trabalho da escuta para sociedade, já que o serviço voluntário dos psicólogos em questão é como se fosse um ‘ombro amigo especializado’.

A escuta realizada pelo grupo ajuda na orientação e acolhida do cidadão, que ainda não tem o costume de procurar ajuda psicológica. Contudo, no atendimento as pessoas podem ser encaminhados para serem tratadas pela saúde pública de acordo com a necessidade e preferência, concordou as psicólogas.

Fonte | G1   Foto | Arquivo Pessoal

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