Representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Cuiabá (MT), órgão subordinado a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), estiveram reunidos no auditório da prefeitura com diversos secretários da administração municipal na manhã desta quinta-feira (13), para estabelecer parcerias institucionais ‘Interfederativas’ quanto a projetos de atenção à saúde da população indígena da região, incluindo ações psicossociais. Mas, o que o coordenador do DSEI, Audimar Rocha Santos desconhecia, é que o município de Rondonópolis, já realiza há muito tempo ações de proteção e atenção à saúde médico-odontológica e psicossocial, educacional e, ainda, apoio prático e técnico na produção e transformação de alimentos às sete comunidades indígenas integrantes da Aldeia Tadarimana, da etnia ‘Boe Bororo’ existente na região. A propósito, esta obrigatoriedade de cuidar e proteger as comunidades indígenas, por lei, é uma atribuição e responsabilidade dos governos: federal e estadual! Mas, o prefeito, atento e sensível às questões relativas às comunidades indígenas locais, tem se adiantado e procurado fazer a sua parte, assumindo inclusive, responsabilidades que não são originalmente do município. Conforme relato do odontólogo Fabricio Amâncio do Carmo, coordenador do Departamento de Odontologia da Atenção Básica à Saúde da SMS; no final de 2018, o município identificou uma alta demanda de atendimento à saúde dos indígenas, com registros e procura de muitos atendimentos na sede do município. O problema estava sendo gerado pela rescisão contratual do atendimento à saúde indígena, e estava refletindo na demanda do município, que ao final acaba bancando tudo sozinho, sem a contrapartida dos Governos; Federal e do Estado. Então a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi até a aldeia conhecer o problema, e de forma emergencial, disponibilizou médicos, dentistas e enfermeiros, para atender as comunidades. Hoje o município mantém uma equipe dentro da aldeia indígena realizando os atendimentos básicos. Mas, no que se refere ao atendimento médico de especialidades, os indígenas são atendidos no CEADAS e na UPA. Mas o município cobra a contrapartida do governo federal para fazer frente a estas demandas. Além dessa ajuda à saúde e educação, a prefeitura construiu uma escola na aldeia, iniciou um processo de industrialização da produção agrícola, através de uma farinheira, uma panificadora, e está perfurando tanques de psicultura para que eles possam ter uma atividade, produtiva que gere renda e alimentos. Além disso, o prefeito, através da Secretaria de Agricultura, mecanizou (arou e gradeou), mais de 20 hectares de roça para os índios, cultivarem milho, cana e mandioca. SURPRESO 

Audimar Rocha se mostrou bastante surpreso com o que viu aqui em Rondonópolis, e propôs, uma parceria na forma de um “Termo de Cooperação Técnica” oficial entre o município e o Governo Federal, normatizando estas ações, onde o município passaria a receber uma contribuição governamental como compensação financeira pelos serviços prestados às comunidades indígenas. Todavia, uma das preocupações do DSEI, diz respeito ao problema do alcoolismo, bastante presente na maioria das comunidades, e cujo enfrentamento deverá ser feito através de ações reparativas/curativas e, preventivas. Em princípio, cuidando dos que já se encontram na dependência alcoólica (química), tratando e atendendo o vício e os problemas decorrentes, e, também com ações orientativas/preventivas, sobre os males da doença do alcoolismo e das drogas, nos jovens e adolescentes. “Nós viemos a Rondonópolis após termos contatado o Secretário de Cultura Humberto Campos e ele intermediou esse encontro, disponibilizando e nos apresentando várias secretarias envolvidas nesse trabalho de atenção as comunidades indígenas locais. Ficamos realmente surpreendidos com o que vimos aqui, e vamos levar para Cuiabá estas informações e fazer chegar ao Governo Federal estas iniciativas da prefeitura local. Rondonópolis está de parabéns por tudo o que tem feito pelos nossos índios. De agora em diante nós vamos estar aqui como parceiros nessa ação Inter federativa, unindo forças para cuidarmos, mas, como tem feito a administração municipal, respeitando as tradições e a cultura dos “Boe Bororos”, assegurou o dirigente do DSEI.

Fonte | Assessoria  Foto | Wheverton Barros
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