PF aponta que o esquema foi descoberto após investigação da Operação Carne Fraca. PF bloqueou R$ 5 milhões dos alvos durante nova operação deflagrada nesta terça-feira (10).

Fiscais, médicos e veterinários receberam R$ 6 milhões em propina para fazer ‘vista grossa’ em abatedouros da JBS, dona da marca Friboi, no Estado. Investigação da Polícia Federal identificou, ainda, que as propinas eram pagas em parcelas mensais que variavam de R$ 5 mil a R$ 25 mil.

Na manhã desta terça-feira (10) foi deflagrada a Operação Porteira Aberta 2, para cumprir mandados de prisão em Mato Grosso e mais cinco estados.

Em Barra do Garças, por exemplo, a Justiça determinou o sequestro de bens de quatros servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), totalizando R$ 5 milhões. Eles também foram afastados das funções por tempo indeterminado.

“Eles eram responsáveis por fiscalizar o abate nas unidades frigoríficas de Vila Rica, Confresa, Água Boa e Barra do Garças e ao negligenciarem a função pública em troca de benefícios pessoais indevidos, que ocasionaram prejuízos à saúde pública e à probidade administrativa”, ressaltou o procurador da República Guilherme Fernandes Ferreira Tavares.

A propina paga aos fiscais tinha um único objetivo, que eles não ‘atrapalhassem’ a produção de carnes com questões sanitárias.  Para maquiar o esquema, os valores eram lançados no sistema de contabilidade como sendo gastos com marketing e consultoria.

Dessa forma, o abate de animais na empresa era feito de maneira duvidosa, uma vez que os padrões sanitários estavam corrompidos pelo esquema.

Em Mato Grosso, o esquema funcionou nas cidades de Barra do Garças, Confresa, Cuiabá, Diamantino, Pedra Preta, Vila Rica, São José dos Quatro Marcos, Água Boa e Matupá.

São alvos da operação os Fiscais Federais Agropecuários e os médicos veterinários conveniados ao SIF que atuavam na fiscalização das plantas industriais da empresa localizadas nos referidos municípios.

Porteira Aberta 2

A segunda fase da Operação Porteira Aberta é resultado da análise dos dados bancários dos investigados, dos documentos contábeis apreendidos durante a deflagração da primeira fase, em junho de 2018, os quais apontaram o pagamento de R$ 1,8 milhão em propina apenas na unidade de Barra do Garças, além da celebração de 11 acordos de colaboração premiadas entre o Ministério Público Federal e Polícia Federal com os prepostos da empresa responsáveis pela operacionalização dos pagamentos.

Participam da ação mais de 60 policiais federais, que cumprem 15 mandados de busca e apreensão em seis estados: Mato Grosso, Goiás, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Fonte | RMT
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