O objetivo é usar o produto para a higienização das mãos no próprio restaurante.

Restos de vegetais do restaurante do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) estão sendo transformados em álcool em gel em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. O projeto é desenvolvido por alunos da instituição, sob orientação dos professores. O objetivo é usar o produto para a higienização das mãos no próprio restaurante.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Admilson Costa da Cunha, são servidas diariamente em média mais de 700 refeições no restaurante e, durante o preparo, sempre são descartados restos vegetais como cascas de frutas diversas e de hortaliças.

Os alunos e professores pensaram então numa forma de transformar esses dejetos em algo que fosse útil ao restaurante.

“Nós da área de alimentos sabemos que os manipuladores necessitam cumprir com as boas práticas, dentre elas está a higienização das mãos antes de dar início ao processo de manipulação dos alimentos, o qual na maioria dos restaurantes é muito utilizado o álcool em gel”, explica Admilson.

Inicialmente, os estudantes fizeram a coleta do material. Durante um mês coletaram restos de vegetais diversos e levaram para o setor de agroindústria e processamento da instituição. A matéria-prima foi tratada, deixada para fermentação e, em seguida, destilada. Por meio desse processo de destilação foi produzido o etanol, que, posteriormente, foi transformado em álcool em gel.

O produto foi avaliado como melhor trabalho na categoria Desenvolvimento Tecnológico na 8ª edição da Mostra de Iniciação Científica no Pantanal, realizada no mês passado, em Cáceres, pelo Centro de Educação e Investigação em Ciências e Matemática da Universidade do Estado de Mato Grosso, em parceria com o IFMT e a Secretaria Municipal de Educação.

Projeto venceu na categoria Desenvolvimento Tecnológico na 8ª edição da Mostra de Iniciação Científica no Pantanal — Foto: Admilson Costa da Cunha/Arquivo pessoal

Projeto venceu na categoria Desenvolvimento Tecnológico na 8ª edição da Mostra de Iniciação Científica no Pantanal — Foto: Admilson Costa da Cunha/Arquivo pessoal

A Mostra reuniu cerca de 500 estudantes do ensino fundamental e médio de 20 escolas de nove municípios de Mato Grosso.

O produto ainda não está sendo utilizado porque ainda está passando por testes.

Segundo Samira Lourena Alpino Moreira, de 17 anos, uma das integrantes do projeto, é uma forma de beneficiar quem frequenta e trabalha no restaurante. “A higienização das mãos evita-se pegar qualquer tipo de bactérias e poupa-tempo com a limpeza, que seria com o sabão. Além disso, ele não possui nenhum tipo de elemento químico que poderia causar algum tipo de alergia ou agressão à pele”, conta.

O projeto foi desenvolvido pelos estudantes do 2º ano do curso técnico em agropecuária integrado ao ensino médio, Francielly Pasquali de Oliveira, Karen Priscila Barbosa da Rocha, Maycon Jhones Pereira Freitas e Samira e coordenado e orientado pelo professor Admilson com a co-orientação do professor Cristian Jacques Bolner de Lima.

O grupo queria realizar um projeto sustentável e viável. Para Francielly, o maior impacto do projeto em sua vida foi o conhecimento que adquiriu no processo.

“A importância do projeto está em si pelo despertar da consciência crítica investigativa dos nossos alunos, para que eles possam trazer soluções dos problemas diversos do nosso cotidiano colocando em prática o que aprender em sala”, complementa o professor.

Os estudantes premiados na Mostra do Pantanal participarão da Febrace, 18ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia realizada anualmente na Universidade de São Paulo.

Fonte | G1

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