É muito comum encontrar crianças entre dois e seis anos fazendo birra para comer. Elas recusam alguns pratos e falam que não gostam de determinados alimentos sem ao menos terem provado. Tudo isso faz com que tenham um cardápio limitado.

Ao contrário do que muitos pais pensam, o comportamento dos filhos nem sempre é “frescura” ou birra para comer . Segundo Gladia Bernardi, nutricionista funcional especialista em obesidade, é preciso atenção, pois essa recusa pelo alimento pode indicar um distúrbio alimentar chamado TARE ( Transtorno Alimentar Seletivo ). Se não for diagnosticado e tratado corretamente, pode causar uma série de prejuízos à saúde da criança.

O distúrbio alimentar recebe esse nome pois está relacionado à seletividade alimentar , caracterizada pela vasta gama de alimentos que a criança evita ou pelo fato de nem tentar ingerir alimentos novos.

“Os alimentos consumidos por quem sofre desse transtorno de seletividade costumam ser industrializados, processados ou extremos de doces e salgados. É importante a atenção nesse quesito, pois são hábitos nada saudáveis, que causam prejuízos à saúde, ainda mais quando estamos falando de crianças”, pontua Gladia.

Atenção à relação com a comida

A nutricionista orienta que para identificar o transtorno os pais devem ficar muito atentos aos detalhes da relação do filho com a comida. Ela explica que existem hábitos mais frequentes que podem deixar claro o problema que a criança está tendo com a comida.

 “Um dos hábitos mais fáceis de identificar é quando a criança come sempre as mesmas comidas, além de ações como fechar a boca com força para evitar a ingestão de qualquer alimento diferente”, aponta. A criança também pode sentir-se enjoada só de sentir o cheiro de algum alimento ou até mesmo ficar ansiosa diante da comida.

criança tampando a boca para comer

Fechar a boca para recusar alguma comida pode ser um indicativo do distúrbio alimentar

Percebeu algo em comum com o comportamento do seu filho? Sinal de alerta! Para combater esses sintomas, Gladia orienta levar a criança ao médico e psicólogo.

“Quando você não se sente bem comendo algo, o seu corpo e sua mente rejeitam isso. Então, além de ser importante um nutricionista para voltar a introduzir métodos alimentares saudáveis, é necessário trabalhar a saúde corporal e mental da criança para tornar esse processo o mais fácil possível, tanto para ela, quanto para os pais”, diz a especialista.

Como tratar

Entender que pode não ser birra para comer é o primeiro passo para tratar o distúrbio alimentar . Com compreensão, algumas estratégias passam a ser adotadas para aumentar a diversidade alimentar da criança. “Diminuir o estresse e as brigas durante as refeições é uma das dicas mais importantes”, fala Gladia. Para isso, os responsáveis devem promover um ambiente calmo e tranquilo para fazer com que a criança se sinta mais confortável para experimentar novos alimentos.

Em um primeiro momento, também pode ser interessante confiar nas escolhas da criança e deixar que ela coma a quantidade do novo alimento que quiser. “Pequenos atos como esse, junto ao tratamento que a criança terá com o nutricionista e o psicólogo, farão com que aquela criança comece a experimentar novos alimentos com mais facilidade”, conclui a especialista.

Fonte | Ig

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