Dois homens também foram presos. Outras 11 pessoas são procuradas. Força-tarefa afirma que analistas cobravam propina de investigados para reduzir multas.

PF cumpre mandados em novo desdobramento da Lava Jato no RJ PF cumpre mandados em novo desdobramento da Lava Jato no RJ

Agentes da Lava Jato no RJ prenderam nesta quarta-feira (2) um auditor da Receita Federal suspeito de chefiar um esquema de extorsão contra investigados da própria força-tarefa. Outros dois foram presos.

Marco Aurelio Canal, supervisor de Programação da Receita na Lava Jato do Rio, era um dos procurados da Operação Armadeira. A Polícia Federal, com apoio da Receita, tenta prender outras 11 pessoas.

A Lava Jato contou com escutas autorizadas pela Justiça e ações controladas – como adiar o cumprimento de mandados de prisão – para localizar os suspeitos.

Segundo as investigações, o esquema na Receita prosperou à medida que a Lava Jato avançava. A suspeita é que Canal, que tinha acesso a detalhes dos investigados, usava os dados para lhes extorquir dinheiro – em troca de redução ou cancelamento de multas.

Pedidos de prisão preventiva

  1. Daniel Monteiro Gentil;
  2. Elizeu da Silva Marinho, preso;
  3. José Carlos Lavouras;
  4. Marcial Pereira de Souza;
  5. Marco Aurelio da Silva Canal, preso;
  6. Monica da Costa Monteiro Souza;
  7. Narciso Gonçalves;
  8. Rildo Alves da Silva;
  9. Sueli Monteiro Gentil.

Pedidos de prisão temporária

  1. Alexandre Ferrari Araujo;
  2. Fabio dos Santos Cury;
  3. Fernando Barbosa;
  4. João Batista da Silva;
  5. Leonidas Pereira Quaresma, preso.

Os 14 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

Na casa de um dos suspeitos, a PF apreendeu R$ 120 mil em espécie.

Agentes da PF cumprem mandado na operação Lava Jato em endereço Botafogo, na Zona Sul do Rio — Foto: Narayanna Borges / GloboNews

Agentes da PF cumprem mandado na operação Lava Jato em endereço Botafogo, na Zona Sul do Rio — Foto: Narayanna Borges / GloboNews

Nova delação e dossiê

A operação desta quarta é baseada em novas delações de Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor – a federação das empresas de transporte do estado – e de Ricardo Siqueira. Ambos são réus em fases da Lava Jato.

Lélis afirma que Elizeu Marinho foi o intermediário do pagamento de R$ 4 milhões em propina para Canal. O objetivo era anular uma autuação contra a Fetranspor. Pela negociação, Elizeu receberia R$ 520 mil.

Canal já tinha sido citado no inquérito sobre ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que tramita na própria corte, como um dos responsáveis por uma apuração feita pela Receita sobre 133 contribuintes, entre os quais o ministro Gilmar Mendes e a mulher dele.

Segundo as investigações, Canal distribuiu esse dossiê a outras pessoas.

No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do procedimento de investigação.

Equipe da PF na Estrada da Cachamorra, em Campo Grande — Foto: Diego Haidar/TV Globo

Equipe da PF na Estrada da Cachamorra, em Campo Grande — Foto: Diego Haidar/TV Globo

Fonte | G1

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