Relatório apontou setembro como o pior mês e até segunda-feira (16) haviam sido registrados 8.275 focos. Peritos americanos estão em Chapada dos Guimarães para investigar as causas dos incêndios florestais.

Mato Grosso é o estado com o maior número de focos de calor neste ano, conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro a setembro, foram 25.081 focos.

Somente em agosto deste ano, foram contabilizados 8.030 registros, o que representa aumento de 230% em relação ao mesmo período de 2018, segundo o instituto.

Em todo o ano, setembro é o pior. Até segunda-feira (16) eram 8.275 focos.

Ainda segundo o Inpe, em todo o país, foram mais de 100 mil focos de queimadas registrados em 2019.

Tempo seco e os ventos fortes facilitam a propagação do fogo. — Foto: TVCA/Reprodução

Tempo seco e os ventos fortes facilitam a propagação do fogo. — Foto: TVCA/Reprodução

As queimadas

As queimadas já destruíram milhares de hectares de áreas de preservação e propriedades particulares e causaram muitos prejuízos. Em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, por exemplo, a prefeitura estima prejuízo de R$ 23 milhões com despesas não previstas no orçamento, por causa dos incêndios florestais. O turismo, que movimenta a economia da região, foi o mais afetado.

Por causa das queimadas, os atrativos turísticos do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães estão fechados como medida de segurança.

Na segunda-feira (16), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) afirmou que o fogo na região foi controlado. No entanto, o parque ainda não está aberto para visitação e as equipes de brigadistas continuam atuando para evitar o retorno do fogo.

Peritos vão investigar origem de incêndios — Foto: Ianara Garcia/TVCA

Peritos vão investigar origem de incêndios — Foto: Ianara Garcia/TVCA

No local, peritos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do ICMBio, da Polícia Federal e da Agência dos Estados Unidos Para o Desenvolvimento Internacional (USAID) investigam as causas dos incêndios.

Outro incêndio que já dura dias atinge a Serra Tapirapuã, entre Tangará da Serra e Nova Olímpia, a 242 km e 207 km de Cuiabá, respectivamente. Mais de 6 mil hectares de áreas de preservação e propriedades já foram destruídos pelas queimadas que começaram no domingo (8).

Bombeiros e voluntários receberam apoio de uma aeronave do Grupo de Aviação do Corpo de Bombeiros de Cuiabá e de mais dois pulverizadores de uma empresa da cidade.

Brigadistas recebem apoio de aeronaves — Foto: Ciopaer-MT/ Divulgação

Brigadistas recebem apoio de aeronaves — Foto: Ciopaer-MT/ Divulgação

Em Canabrava do Norte, a 1.132 km da capital, o fogo já matou mais de 50 animais, entre vacas, bois e bezerros na rural do município. Segundo o prefeito João Cleiton Medeiros (PSDB), os constantes incêndios florestais têm colocado em risco a vida da população.

Em Novo São Joaquim, a 493 km de Cuiabá, a proporção das queimadas levaram o prefeito Antônio Augusto Jordão (PMDB), a decretar situação de emergência. Entre as preocupações, a principal é evitar os prejuízos relacionados à saúde da população.

Além desse, Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Canabrava do Norte e Paranatinga estão em situação de emergência para tentar obter recursos e ajuda em ações de combate ao fogo.

Alto número de focos de calor e baixa umidade levaram governo a decretar situação de emergência — Foto: Secom/Divulgação

Alto número de focos de calor e baixa umidade levaram governo a decretar situação de emergência — Foto: Secom/Divulgação

Situação de emergência

O governo de Mato Grosso decretou situação de emergência no dia 9 de setembro por causa das queimadas no estado.

A situação de emergência, com duração de 60 dias, permite ações emergenciais, como a compra de bens e materiais sem licitação, e autoriza a busca de auxílio do governo federal para enfrentar os problemas.

Além do alto número de focos de calor, o decreto cita a baixa umidade relativa do ar que está variando entre 7% e 20%, e pode causar danos à saúde da população. Em algumas regiões do estado, a estiagem já chega a quatro meses, como é o caso do Vale do Rio Cuiabá, onde está a capital.

Não há previsão de chuvas intensas e prolongadas no estado até o final do mês de setembro.

Fonte | G1

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