O braço paulista da força tarefa da ‘lava jato’ denunciou o ex-presidente Lula e o seu irmão Frei Chico por corrupção passiva continuada. Além deles, Emilio e Marcelo Odebrecht e o ex-diretor da empresa Alexandrino de Salles Ramos Alencar também foram alvos da denúncia apresentada à 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

Conforme o Ministério Público Federal em São Paulo, Frei Chico teria recebido entre 2003 e 2015 uma mesada que variava de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Os pagamentos fariam supostamente parte de um pacote de vantagens oferecidas a Lula em troca de benefícios junto ao governo federal. O líder petista assumiu a presidência em 2003 e deixou o cargo em 2010.

Segundo a denúncia, a Odebrecht vinha tendo dificuldades com sindicatos do setor petrolífero e, por sugestão de Lula, teria contratado Frei Chico como consultor. O irmão de Lula tem longo histórico no movimento sindical da área e teria recebido a função de intermediar as conversas entre a empresa e as entidades de classe dos trabalhadores. Esse relacionamento profissional teria começado na década de 1990.

Ainda segundo a denúncia do MPF-SP, a Odebrecht decidiu encerrar contrato com Frei Chico em 2002, mas acabou recuando e manteve pagamentos para o irmão mais velho de Lula, para manter uma relação favorável aos interesses da companhia.

Os pagamentos começaram em janeiro de 2003, inicialmente no valor de R$ 3 mil. Em 2007 passaram a ser feitos transferências nos valores de R$ 15 mil a cada trimestre. Os repasses teriam sido interrompidos apenas 2015 com a prisão de Alexandrino de Salles Ramos Alencar.

Ao prestar depoimento, Frei Chico admitiu ter recebido pagamentos da Odebrecht, mas alegou que sua atividade como consultor continuou durante o período investigado. Para o MPF, o irmão de Lula não conseguiu comprovar a atividade.

Ação: 0008455-20.2017.4.03.6181

Fonte | Con. Jur.
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