O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, declarou que a “imprensa livre é fundamental para uma democracia” e tem papel essencial num país. Em entrevista que foi ao ar nesta terça-feira (16), às 23 horas, na TV Brasil, ele disse que, no entanto, “isso não impede que sejam adotadas outras formas de comunicação”, como as redes sociais.

Moro estreou no Twitter há quinze dias, e já tem mais de 600 mil seguidores. Ele escolheu essa rede para poder ter uma comunicação direta com a população, sem a necessidade de intermediadores. De acordo com o ministro, um dos objetivos é aproveitar o ambiente virtual para explicar detalhes do pacote anticrime enviado pelo governo ao Congresso Nacional. O ministro espera que o pacote seja aprovado até o fim deste ano e admitiu a possibilidade de aprimoramento da matéria durante as discussões. “É natural que dentro do Congresso haja um tempo de deliberação, haja possibilidade de aprovação total ou rejeição parcial”.

Porém, de acordo com ele, é necessário honestidade na hora de se portar no meio online. “Tem de tomar um pouco de cuidado. Não pode ter aquele duplo padrão de comportamento, em que você é um fora da rede social e dentro da rede social você se transforma. Tem que pensar assim: você falaria para aquela pessoa isso que você está escrevendo na rede social se estivesse frente a frente?”, afirmou.

O ministro revelou, ainda, estar gostando da proatividade no Executivo, e falou que, por hora, não sente saudades do trabalho de magistrado. “Como juiz a sua postura é muito mais passiva. Você decide as questões que as pessoas colocam perante o juiz. Como ministro eu posso ter iniciativa e coordenar políticas públicas mais abrangentes”, explicou. Embora defenda que sua atuação no ministério seja técnica, Moro sabe que agora também precisa fazer articulação política e diz que não há problema nisso. “Não tem nada negativo de ter a necessidade de conversar, de dialogar, de convencer, de ouvir bastante, para implementação dessas políticas públicas. Isso eu acho algo natural”, avaliou.

Sergio Moro disse estar elaborando um projeto piloto de enfrentamento ao crime em zonas urbanas, que será implementado em cinco cidades e deve começar no segundo semestre deste ano. Segundo ele, o trabalho envolverá a coordenação de esforços da União, estados e municípios, e integrará a ação policial com as políticas sociais.

“Tem a famosa frase que o melhor policial é um poste de luz. Então você vai numa área degradada e olha, qual é problema ali? Não é simplesmente tirar o criminoso violento da rua. Isso é importante. Mas a gente precisa, também, restaurar áreas que estejam degradadas, pensar em políticas educacionais específicas”, pontuou.

Sobre os presídios federais, Moro defendeu a política adotada atualmente, e disse que “há um certo temor, muitas vezes irracional” de algumas unidades da Federação em abrigar essas instalações. Ele lembrou, ainda, que “vivemos num país único e é preciso que todos cooperem”.

Fonte | Agência Brasil

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