Permínio Pinto afirmou que não poderia falar detalhes do esquema devido ao acordo de delação premiada que ele firmou.

O ex-secretário de Educação de Mato Grosso, Permínio Pinto, foi ouvido pela juíza Ana cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, sobre o escândalo de corrupção na pasta que foi descoberto durante a Operação Rêmora.

Ele afirmou que não poderia falar detalhes do esquema devido ao acordo de delação premiada que ele firmou.

Permínio confessou a existência de um esquema de corrupção para desviar verba da Educação e quitar dívidas de campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB). Entre os empresários envolvidos no esquema estaria Alan Ayoub Malouf, que também chegou a ser preso.

No depoimento, Permínio disse ter sido procurado por Alan Malouf em dezembro de 2014, que lhe apresentou uma proposta para que recebesse de volta os valores investidos na campanha de Taques. À época, o então governador lamentou o envolvimento do nome dele do caso e negou envolvimento com a organização.

Em uma das reuniões que eles tiveram, Malouf o apresentou ao empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, que foi preso em maio também por suspeita de participar do esquema e solto no último dia 30 após acordo de delação premiada, dizendo que os dois haviam criado um plano para recuperar o dinheiro investido na campanha eleitoral.

Segundo o ex-secretário, o plano era procurar os prestadores de serviço da Seduc para que entregassem parte do lucro ao grupo criminoso.

Os processos licitatórios teriam sido direcionados mediante pagamento de propina por parte de donos de construtoras a funcionários da Seduc, segundo o Ministério Público Estadual (MPE). Os contratos alvos da operação Rêmora somam R$ 20,7 milhões e são referentes a reformas e construções de escolas estaduais nos municípios de Santo Antônio do Leverger, Rondonópolis, Cuiabá, Barra do Bugres, Primavera do Leste, Tapurah, Várzea Grande, Nobres e Cláudia.

Esquema e operação

A Operação Rêmora, em 2016, resultou na prisão de empresários, servidores e o então secretário da Seduc, Permínio Pinto.

Segundo o Gaeco, Wander Reis, Fábio Frigeri e mais um servidor – todos exonerados após a operação – recebiam propina em troca de informações privilegiadas que auxiliassem determinados empreiteiros a vencerem as concorrências públicas para a execução de obras e reformas em escolas estaduais.

A organização criminosa montada para fraudar processos licitatórios da Seduc era composta por três núcleos de atuação, sendo que os servidores faziam parte do núcleo de agentes públicos.

Eles seriam os encarregados de agilizar e viabilizar as fraudes nas licitações mediante recebimento de propina dos empresários interessados em vencer os certames.

Para fornecer as informações, os servidores cobrariam 5% do valor total do contrato vencido por empresário. Após um tempo de operação – e por solicitação dos empreiteiros – o valor da propina foi diminuído para 3%.

Fonte | G1

Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)