Aberta na noite dessa quinta-feira (14) e com sequência durante toda esta sexta-feira (15), a 5ª Conferência Municipal da Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa aborda, este ano, o tema “Os desafios de envelhecer no século XXI e o papel das políticas públicas”. O evento, que tem como público-alvo idosos, profissionais de unidades de saúde, de instituições asilares, dos Centros de Referência e Assistência Social (Cras) e do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) aconteceu no auditório do Paço Municipal sob a organização da Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social em parceria com o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa de Rondonópolis (CMDDPIR).

Durante a abertura, o prefeito José Carlos do Pátio chamou a atenção para o tratamento dado ao idoso na reforma da Previdência: “Quero pedir que essa conferência abra o debate para discutir o que está acontecendo em Brasília, pois querem resolver o problema da previdência em cima dos mais pobres, em cima dos idosos, em cima daqueles que mais precisam. Esse é um momento bastante importante na questão do idoso, pois o que estamos vendo é que eles estão perdendo direitos. E nós vamos aceitar isso? Então, nós temos que ir para as conferências de Cuiabá e de Brasília para debater isso”, disse, referindo-se às Conferências Estadual e Nacional, previstas para acontecer em agosto e em novembro, respectivamente.

A presidente do CMDPIR, Sandra Helena dos Santos, detalhou a finalidade do seminário e as etapas subsequentes: “Vamos levantar propostas para encaminhar para as Conferências Estadual e Nacional do Idoso com o objetivo de que essas propostas cheguem ao Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa e se concretizem em projeto de lei para, então, retornarem aos municípios como uma política pública que venha, de fato, ao encontro das necessidades do idoso”.

Socialmente ativos

Neste segundo dia, cerca de 200 participantes assistiram o antropólogo e professor aposentado da UFMT Paulo Augusto Isaac falar sobre os desafios da terceira idade nos dias de hoje. “Basicamente, as grandes mudanças que ocorreram nesse sentido foram a longevidade e o aumento das doenças nessa população”, avalia o professor.

Isaac destaca que, como a expectativa de vida cresceu, as pessoas se aposentam cedo em relação ao fim da vida. “A questão é: qual vai ser a função social de quem se aposenta nesse período de trabalho não formal?”, pontua o antropólogo. Sob circunstâncias diferentes daquelas existentes enquanto estavam no mercado de trabalho, sem uma atividade legitimada, o indivíduo sente o impacto dessa nova condição. “Psicologicamente, a pessoa pós-aposentadoria fica sem uma função social reconhecida, o que prejudica a interação com a sociedade”, observa Isaac.

É preciso criar políticas públicas específicas de forma que essas pessoas não fiquem inativas e levando em consideração sua idade, ressalta o professor: “Inclusive, é preciso frisar, que não se trata de postergar a idade de aposentadoria, mas de abrir espaços de atuação para absorver esses indivíduos que continuam aptos para assumirem funções na sociedade, de forma que eles se sintam úteis e valorizados. Porém, é importante que as ocupações destinadas que eles estejam de acordo com sua idade. Um bom exemplo de atividade própria para quem já é idoso seria o trabalho no apoio à mobilidade de cegos”.

Com adesão superior ao esperado, Sandra comemorou: “O auditório lotado representa o interesse desse público e demonstra o quanto eles são atuantes. A partir das atividades realizadas nos Cras, eles desenvolvem a consciência de seu papel e da importância de participar. Porém, estamos aqui preparando políticas públicas tanto para os idosos que estão em condições de se envolver e cooperar como para aqueles que estão debilitados e não puderam vir”.

Fonte | Assessoria

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