O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido como principal líder do crime organizado em Mato Grosso durante os anos de 1990 e 2000, acumula R$ 8,7 bilhões em dívidas fiscais com a União. Arcanjo cumpre prisão domiciliar desde de fevereiro de 2018, após ficar 14 anos, nove meses e 13 dias preso por diversas condenações.

O valor foi levantado pelo jornalista Lázaro Borges, do jornal A Gazeta, e divulgado ontem (10). Os dados são da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Maior parte das dívidas de Arcanjo tem relação com suas factorings

A maior parte da dívida tributária está relacionada às empresas de factoring ligadas a Arcanjo. Ele atuava no setor de maneira a escamotear sua atuação como agiota, emprestando valores a empresários e políticos de Mato Grosso e cobrando altos juros. A cobrança, segundo relatos da época, era feita muitas vezes com utilização de violência.

Apenas no CPF do ex-bicheiro constam R$ 756 milhões em dívidas com a União. A empresa J Arcanjo Ribeiro, registrada em nome dele, deve R$ 607 milhões em impostos. Já outras empresas que têm o ex-bicheiro como sócio somam R$ 6,7 bilhões em impostos não pagos.

Empresas como a JAR Projetos e Construções Civis Ltda, a Elma Eletricidade de Mato Grosso Ltda, a Rádio Club de Cuiabá Ltda e a Estacione Parking Serviços de Estacionamento de Veículos Ltda também constam na lista de devedores. Já o Rondon Plaza Shopping, empreendimento em Rondonópolis, que tem o ex-bicheiro como sócio, tem R$ 604 milhões em dívidas com a União.

Os dados da Fazenda não consideram dívidas que tenham sido suspensas judicialmente ou que já estejam sendo discutidas na Justiça.

As filhas do ex-bicheiro Kely Arcanjo Ribeiro Zem e Christiany Josefa Ribeiro Queiroz, o contador Luiz Alberto Dondo Gonçalves, o genro de Arcanjo, Diniz Almeida Queiroz Júnior, a ex-esposa do comendador Silvia Chirata, entre outros nomes ligados a ele também constam na lista de devedores.

Arcanjo tem penas, transitadas em julgado, de 87 anos e seis meses de prisão. O ex-bicheiro foi condenado, entre outros crimes, pelo assassinato do jornalista Sávio Brandão, então dono do jornal Folha do Estado, em 2002. O Tribunal do Júri condenou Arcanjo a 19 anos de prisão por ser o mandante do assassinato.

Ele também foi condenado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro em outras ações criminais movidas pelo Ministério Público.

Fonte | RD News
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