José Domingos Fraga foi eleito deputado estadual pela terceira vez em 2014 com 21 mil votos. Com longa vida política, foi vereador e prefeito de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, três vezes.

Ele ficou conhecido no Brasil inteiro, porém, após ser filmado ao lado do ex-deputado Ezequiel Fonseca recebendo R$ 100 mil das mãos de Silvio Cesar Correa, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa.

Em delação premiada, Silval disse que pagava “mensalinho” como forma de comprar apoio político na Assembleia para projetos de interesse do então governador.

Depois do escândalo, Domingos Fraga desistiu de disputar a reeleição, mas não ficou muito tempo longe da Assembleia Legislativa. Uma semana depois do fim do mandato, ele foi nomeado, pelo presidente Eduardo Botelho (DEM) para o cargo de assessoria técnica, com salário de R$ 18 mil.

O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, foi quem contratou o ex-parlamentar. — Foto: TVCA/Reprodução

O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, foi quem contratou o ex-parlamentar. — Foto: TVCA/Reprodução

“O Zé Domingos é uma pessoa que conhece, que tem experiência. Tem três mandatos como vereador, três mandatos como prefeito de Sorriso e três mandatos como deputado estadual. Entre os parlamentares, ele sempre foi visto como um deputado que estuda muito. Ele é muito técnico”, diz Eduardo Botelho, que diz que escolheu o ex-deputado por causa da experiência política dele..

A nomeação foi publicada nessa quinta-feira (7). Domingos Fraga vai trabalhar como assessor técnico jurídico da Mesa Diretora. O ex-deputado tem formação em agronomia.

O deputado Ulysses Moraes (SD) disse que a nomeação de um suspeito de corrupção pode prejudicar a imagem da Assembleia.

“A Assembleia Legislativa, que deveria estar tentando resgatar a imagem de casa do povo, faz muito feio ao contratar uma pessoa que foi flagrada em vídeo colocando dinheiro em caixa de papelão”, afirmou.

Para Botelho, no entanto, não se pode julgar alguém pelas ações.

“Vamos aguardar o andamento natural das coisas. Não vamos fazer pré-julgamento das pessoas. Eu acho que cada coisa ao seu tempo”, disse.

Fonte | G1

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