Investigado por fraudes no parlamento, José Riva está proibido de frequentar a Assembleia

A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Sétima Vara Criminal de CFuiabá, proibiu o ex-deputado José Geraldo Riva de assistir a posse de sua filha Janaina Riva (MDB) para sua segunda legislatura, ocorrida no dia 1º de fevereiro. A decisão foi proferida no dia 31 de janeiro, mas foi publicada somente nesta terça-feira (04) no Diário da Justiça Eletrônico (DJe).

Logo, contrariando o que chegou a ser aventado nos bastidores, passou longe de “má vontade” a ausência no maior momento político da filha (lembrado inclusive pela juíza Silva Mendes). Riva está proibido de frequentar a Assembleia Legislativa de Mato Grosso por conta das ações que responde por desvios de recursos no parlamento estadual. Somente com autorização da Justiça ele poderá voltar ao prédio da Assembleia Legislativa.

A magistrada apenas manteve uma das medidas cautelares impostas a José Riva (condenado a mais de 60 anos de prisão por diversos crimes relacionados ao desvio de dinheiro público em pelo menos três operações diferentes das forças de segurança), também investigado nas operações Ventríloquo e Metástase, da qual, aliás, originou-se esta última decisão.

“No caso vertente, a destacada medida aplicada ao acusado José Geraldo Riva tem esse especial objetivo de proteger as várias ações criminais em curso. Assim, em que pese o especial desejo do acusado de contemplar a vitória na carreira política de sua filha, tenho que inadequada a flexibilização dessa medida nesta fase processual, ainda que de forma excepcional, razão pela qual mantenho a medida cautelar de proibição do acusado de acesso e comparecimento à Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, e indefiro o pleito. Retornem os autos à Secretaria Judicial para cumprimento integral da r. decisão”, escreveu a magistrada.

Além da posse como deputada, Janaína Riva foi eleita na última sexta-feira como 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa.

CARREIRA LONGA

José Riva foi deputado estadual por 20 anos e sempre atuou no “comando” da Assembleia. Ele alternava entre os cargos de presidente e primeiro-secretário da Mesa Diretora do parlamento estadual.

Neste período, além de poder, acumulou diversos processos. A primeira grande operação em que esteve envolvido foi a “Arca de Noé”. Diversos cheques da Assembleia contendo a assinatura do ex-deputado foram encontrados nas factorings do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

As investigações revelaram um amplo esquema de desvio de recursos na Assembleia. Foi constatado que o parlamento pagava por serviços a empresas de fachada, que sequer executavam os trabalhos ou forneciam os produtos “adquiridos” pelo parlamento.

Após deixar o mandato, foi preso pela primeira vez na “Operação Imperador”, que apurou um esquema de desvio de R$ 62 milhões por meio de entregas simuladas de materiais de escritório e papelaria no legislativo estadual. Ainda foi detido nas operações “Ventríloquo” e “Metástase”, que também apuram fraudes no parlamento estadual.

Riva também acumulou poder e tinha influência no Executivo. Teve seu nome envolvido e foi condenado na “Operação Sodoma” por conta da interferência na gestão de empréstimos consignados no Estado e também na “Ararath”, que apura fraudes contra o sistema financeiro estadual.

Fonte | Folhamax
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