O senador tucano é suspeito de receber propina de quase 110 milhões de reais do grupo J&F.

Também são investigados Antônio Anastasia, Agripino Maia, Cristiane Brasil e Benito da Gama

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira, 11, mandados de busca e apreensão em imóveis do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), em uma ação batizada de Operação Ross. Os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Benito da Gama (PTB-BA) também são alvos da investigação, que apura os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

De acordo com a PF, a operação tem como objetivo investigar o recebimento de vantagens indevidas do grupo J&F por parte dos parlamentares entre os anos de 2014 e 2017. De acordo com o portal G1, os executivos do grupo J&F relataram repasse de propina de quase 110 milhões de reais a Aécio Neves. Suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias.

Ainda de acordo com a PF, a operação desta terça-feira envolve cerca de 200 policiais federais, que cumprem 24 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, e realizam 48 intimações para depoimentos. As medidas estão sendo cumpridas no Distrito Federal e nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Amapá.

O nome da operação é de um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, localizada na Antártida, fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.

As defesas

Ainda de acordo com o portal G1, o advogado de Aécio Neves Alberto Zacharias Toron emitiu uma nota em que afirma que  seu cliente “sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários que mostrarão a absoluta correção de todos os seus atos […] É preciso que se esclareça que os recursos referidos pelos delatores da JBS agora como propina são as contribuições eleitorais feitas à campanha do PSDB em 2014 e devidamente registradas na Justiça Eleitoral […] Somam-se a esses valores contribuições legais feitas a outros partidos políticos. A medida é, portanto, desnecessária já que o senador é o maior interessado no esclarecimento de todos os fatos”.

O G1 também tentou contatar a defesa de Cristiane Brasil e ligou para o telefone do deputado Paulinho da Força, mas não obteve retorno.

Fonte | El País

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