Exames realizados no corpo de Fabiane Fernandes, uma turista catarinense de 30 anos que desapareceu no domingo (18) ao fazer uma trilha em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, e foi encontrada nesta quarta-feira (21), apontaram que a vítima teve todos os ossos da face quebrados e morreu por traumatismo cranioencefálico.

De acordo com a diretora do IML de Araruama, Kesley Couto, os exames indicaram que a vítima provavelmente foi atingida por pedrada e morreu no mesmo dia em que entrou na trilha, no domingo.

A diretora informou ainda que, devido ao adiantado estado de decomposição, não é possível afirmar se houve violência sexual, mas disse que um material foi coletado para análise no setor de antropologia forense do IML Afrânio Peixoto, na capital do Rio de Janeiro.

As unhas da vítima também serão analisadas para saber se há algum vestígio do autor do crime.

O traumatismo craniano é uma lesão na cabeça que pode afetar apenas o crânio, no caso de fraturas, ou provocar danos graves no cérebro, como contusão ou coágulo sanguíneo, passando a ser chamado de traumatismo cranioencefálico.

Investigações

A Polícia Civil não descarta a hipótese de latrocínio, roubo seguido de morte, no caso da turista. Segundo o delegado Renato Mariano, titular da 132ª Delegacia de Polícia, seis testemunhas já foram ouvidas.

Desaparecimento

Fabiane Fernandes, de 30 anos, desapareceu no domingo (18) depois de entrar em uma trilha em Arraial do Cabo. A turista morava em Florianópolis (SC) e chegou a postar uma foto por volta das 11h do domingo, e logo depois desapareceu.

Turista de Florianópolis postou foto de trilha antes de desaparecer em Arraial do Cabo, no RJ — Foto: Reprodução | Redes Sociais

Turista de Florianópolis postou foto de trilha antes de desaparecer em Arraial do Cabo, no RJ — Foto: Reprodução | Redes Sociais

Vídeo registrou turista lanchando no domingo

Corpo de turista catarinense é encontrado sem roupas em trilha de Arraial do Cabo, no RJ

Corpo de turista catarinense é encontrado sem roupas em trilha de Arraial do Cabo, no RJ

Câmeras do circuito interno de uma loja de conveniências registraram a empresária lanchando antes de desaparecer. Fabiane esteve no estabelecimento por dois dias seguidos para lanchar e tomar café da manhã. Segundo funcionários da loja, ela disse que estava sozinha na cidade e que queria fazer a trilha do Pontal do Atalaia.

“Estava sozinha. Falou que estava hospedada em um apartamento aqui na Prainha. Falou que tinha vindo sozinha de Floripa, num voo. Mostrou algumas fotos no Instagram dela e parecia que ela gostava de algo aventureiro, fazer trilha, bicicleta”, contou um dos funcionários.

Cadela encontrou o corpo

Cadela Toya ajuda a encontrar turista desaparecida em Arraial do Cabo, no RJ — Foto: Gustavo Garcia | Inter TV RJ

Cadela Toya ajuda a encontrar turista desaparecida em Arraial do Cabo, no RJ — Foto: Gustavo Garcia | Inter TV RJ

A cadela Toya, da raça golden retriever, participou das buscas e localizou o corpo da empresária na trilha da Prainha na manhã de quarta-feira (21).

O comandante dos bombeiros explicou que a cadela cheirou peças de roupa da turista que foram disponibilizadas pelo hotel em que ela estava hospedada e então farejou os vestígios de Fabiane na trilha.

Outros cães do canil do batalhão de Magé também participaram do trabalho.

Família

Fabiane Fernandes tinha um filho de 9 anos e cuidava da mãe, que é acamada, segundo relato de amigos ao G1. Ela era empresária e administrava uma pousada da família na Praia dos Ingleses.

Em Florianópolis, familiares, amigos e vizinhos da empresária estão comovidos com o assassinato. Eles aguardam a definição do processo de traslado do corpo para as últimas homenagens. Até a manhã desta quinta-feira (22), parentes próximos não tinham informações sobre o velório.

Bruna Martinelli e Fabiane Fernandes foram amigas por muitos anos — Foto: Bruna Martinelli/Arquivo Pessoal

Bruna Martinelli e Fabiane Fernandes foram amigas por muitos anos — Foto: Bruna Martinelli/Arquivo Pessoal

A designer de interiores Bruna Martinelli disse que viajou muito com amiga e que conviveram por muitos anos.

“Ela sempre foi muito aventureira e corajosa. Costumava fazer trilhas, mas sozinha nunca. Ela pedalava profissionalmente. Sempre em grupos”, contou Bruna.

O irmão de Fabiane morava em um imóvel próximo a residência. Durante a semana, ainda nas buscas, a Defesa Civil fazia contato com ele para acompanhar os trabalhos no Rio de Janeiro.

Ao saber da morte da irmã, publicou nas redes sociais uma frase.

“Ser humano não merece o chão que pisa”, disse o irmão em uma publicação.
Fonte | G1
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