A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, diz que a queda nas intenções de voto nas pesquisas divulgadas nesta semana não inviabiliza sua candidatura.

O que torna uma candidatura viável é a intenção de voto do eleitor. Estou disputando passo a passo. Os dados apresentam uma oscilação. Não é um dado consolidado”, afirmou em entrevista ao portal G1 e à rádio CBN.

A ex-ministra aparece em 2º lugar, empatada dentro da margem de erro com outros 3 candidatos, nos levantamentos nacionais do Ibope e do Datafolha, mas com resultado inferior às pesquisas anteriores. Acompanhe a evolução das intenções de votos de cada candidato no agregador de pesquisas do Poder360.

A candidata da Rede afirmou que as eleições de 2014 –que disputou pelo PSB em substituição a Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a campanha– foram uma fraude por causa do uso de recursos provenientes de caixa 2.

Também defendeu o projeto de segurança pública proposto em seu plano de governo e disse que pensa em atuar em prol de uma nova ideia para desenvolver uma reforma da Previdência.

Leia sobre outros tópicos comentados pela postulante da Rede ao Planalto:

ELEIÇÕES 2014 E APOIO A AÉCIO

Nas eleições de 2014, Marina Silva chegou a dar apoio ao candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB). Ao tocar no tema, ela disse “não ter acesso às informações que tem hoje” e disse que a polarização entre “guarda chuva vermelho ou azul” foi responsável por “nos levar ao fundo do poço”.

Para a ex-ministra, as eleições de 2014 também representaram uma fraude pela existência de partidos que utilizaram os recursos provenientes de caixa 2, além de ter ocorrido intensa “violência política” que iniciou por meio de palavras e acabou se traduzindo em atos.

SEGURANÇA PÚBLICA

Ao ser questionada em relação à segurança pública no Brasil, a candidata da Rede afirma que seu governo tem a intenção de “apostar em inteligência”.

Na visão dela, para que haja mudança efetiva, os órgãos devem integrar e valorizar os policiais por meio de um serviço único de segurança pública. “O governo federal deve agir como suporte e agir junto com os Estados em um trabalho integrado das polícias”, disse.

MEIO AMBIENTE

Como ex-ministra do Meio Ambiente, afirma que as ações propostas para a pasta ajudarão – principalmente – a criar empregos. “Vamos fazer 1 milhão e meio de tetos solares para gerar emprego e gerar energia limpa. Teremos fazendas de energia eólica no semiárido brasileiro para melhorar a qualidade de vida das pessoas e gerar emprego”.

Segundo Marina, ao incentivar a produção de energia limpa, o país atrai investimento. “Com investimento em massa, os custos baixam. As pessoas fazem isso, mas não contam com o suporte e marco regulatório adequado”.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

A candidata, apesar de ser contra a Reforma da Previdência vigente, afirma que tem consciência da necessidade de uma ação em relação ao déficit fiscal.

“Prevemos uma reforma da previdência e combate à corrupção. Temos que fazer com que o Estado não seja sumidouro de dinheiro em projetos ineficientes e crie uma série de cargos comissionados na base do ‘toma lá da cá’ para ter uma base de apoio no Congresso”.

PREVIDÊNCIAS PÚBLICAS E PRIVADAS

Marina Silva também diz ser a favor do combate aos privilégios. Ao criticar as previdências do Judiciário, disse planejar um “período de transição” a partir de um “sistema misto”. Após essa fase, haveria capitalização. Além disso, aponta necessidade da análise da idade mínima.

É preciso que haja uma reforma e por isso é necessário o debate. Ele dá transparência, chama a sociedade a fazer sacrifício. Fazer sacrifício é difícil vendo os parlamentares aumentando os salários, judiciário, pessoas corruptas dentro dos palácios ficando impunes”.

SUBSÍDIO AO DIESEL E TABELA DO FRETE 

Quando a greve dos caminhoneiros foi à debate, Marina afirmou que “colapsamos” com a manifestação pois o Brasil continua “refém do transporte rodoviário”. Ela se posiciona a favor da criação de hidrovias e ferrovias e o apoio a cooperativas para acabar com o “monopólio do transporte de cargas pesadas”.

Quando o assunto é subsídio ao diesel, Marina enfatiza que a medida representa “um contrassenso”. Para ela, a necessidade do país é o investimento em matriz energética limpa e a transição imediata para o transporte elétrico.

“O Brasil teve uma visão dogmática de mercado e não foi capaz de ver o papel estratégico da Petrobras na situação. Além disso, temos 1 governo sem credibilidade”.

SISTEMA DE SAÚDE

A chapa da candidata apresentou 1 projeto para o sistema de saúde do país. Em relação ao plano, Marina afirma que irá dividir “400 regiões para atender 500 mil pessoas, dando escala ao atendimento de saúde. Hoje, gastamos 3 reais por paciente ao dia. O dinheiro é mau gasto e vai para corrupção”.

Ela também aposta na integração dentro da saúde pública para buscar eficiência. “Temos 50% dos leitos ociosos. Isso seria para acabar com a ociosidade. Cada município quer um hospital e uma maternidade para chamar de seu. Tripartite. A união do legislativo, executivo e judiciário trabalhando juntos e criando regionalização”.

DESEMPREGO

Ao longo da entrevista, a candidata da Rede enfatiza o “ciclo de prosperidade”que será o objetivo principal de sua gestão. Em um país com 13 milhões de desempregados e 4 milhões de pessoas que desistiram de buscar uma ocupação, Marina afirma querer investir em construção civil por meio de casas populares, infraestrutura, saneamento e turismo.

“1 milhão e meio de tetos solares cria emprego, sobretudo para jovens. A recuperação das áreas degradadas com espécies nativas, criará milhões de empregos também. Imediatamente vamos criar milhões de empregos e vamos cria-los também estruturalmente a partir da recuperação da nossa indústria e de uma agricultura que ganha cada vez mais produção”.

BATE E VOLTA

Em uma espécie de “ping-pong”, a candidata foi questionada acerca de temas que vêm gerando intensos debates.

  • Parceria público-privada: a favor.
  • Imposto sobre grandes fortunas: a favor.
  • Voto obrigatório: contra.
  • Ensino religioso na escola: “em termos”.
  • Prisão depois de condenação em 2ª instância: a favor.
  • Foro privilegiado: contra.
  • Mensalidade em universidades públicas: contra.
  • Taxação de igrejas: após dizer que “não entendeu a pergunta”, a candidata afirmou que iria “responder como Jesus: ‘a César o que é de César e a Deus o que é de Deus’”.
  • Redução no número de ministérios: a favor.
  • Adoção de crianças por casais homossexuais: a favor.
Fonte | Poder 360
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