Ubaldo Barros, além de candidato a vice-prefeito, foi coordenador geral da campanha de Zé do Pátio, em 2016

O vice-prefeito de Rondonópolis, Ubaldo Barros, declarou ontem (24) à reportagem do A TRIBUNA que a ajuda que deu para o prefeito Zé Carlos do Pátio (SD), durante e pós-vitória nas eleições municipais de 2016, foi paga com ingratidão e desprezo. “Fui colocado de escanteio desde os meses da transição de governo em 2016, depois disso, na realização do carnaval popular, e agora com este decreto dando poder de prefeito e a chave do cofre da Prefeitura para uma secretária com mais de uma acusação por improbidade administrativa”, disse.

De acordo com o vice-prefeito, nas eleições de 2016, ele atendeu o pedido de Pátio e do seu grupo político, para ser vice na chapa, candidatura que naquela eleição foi rechaçada por vários nomes convidados. “Deixei a minha campanha de vereador, a qual acredito que teria chance de eleição para atender o pedido de Zé do Pátio, pois acreditava nele e em suas propostas de mudar a história de fracasso de desenvolvimento que Rondonópolis se encontra. Fui companheiro, mas depois das eleições tudo mudou”, revelou.

Ubaldo Barros, além de candidato a vice-prefeito, foi coordenador geral da campanha de Zé do Pátio. “Devido a falta de recursos, fui obrigado a ocupar o cargo de coordenador da campanha de Zé do Pátio e da minha também. Foi uma campanha difícil e tínhamos 96 candidatos a vereadores para coordenar e mais 40 trabalhadores. Ao todo 150 pessoas diretas que fizeram a nossa campanha vitoriosa. Quando vencemos, o grupo estava empolgado imaginando que teríamos um momento ímpar em Rondonópolis e, assim, mudar a história politica da cidade, mas logo após a vitória começou a acontecer o inverso. Quando começou a transição de governo, eu na qualidade de vice-prefeito e coordenador da campanha não fui nem chamado. Fiquei sabendo que estava ocorrendo a transição quando estava quase acabando. Me senti triste naquele momento, mas em nome da amizade relevei”, externou.

Além disso, segundo o vice-prefeito, antes da posse dele e de Pátio, entre os meses de outubro e dezembro de 2016, ele conversou com o prefeito para realizar o carnaval popular, conforme prometido em campanha. “Depois do aval do prefeito, comecei a reunir um grupo de pessoas. Quando tomamos posse e fomos apresentar o projeto do carnaval, a ex-secretária de Administração falou que não tinha jeito de fazer o carnaval privado, como estava previsto, e teria que ser público. Com isso, o meu trabalho mais uma vez foi jogado de escanteio e o prefeito e sua equipe tomaram frente. Saímos fora e quem passou a ser responsável pelo evento foi a Secretaria de Cultura. Este foi o segundo momento de decepção”, conta.

“Sempre fui parceiro da administração, embora sempre percebi um boicote dos secretários e das pessoas próximas ao prefeito, tentando desconstruir a minha imagem diante dele. Tão verdade que até o meu gabinete foi esquecido. Todos os móveis do meu gabinete são velhos e rasgados. O gabinete da vice-prefeitura parece uma sucata. Nem parece um gabinete de um vice-prefeito. Conheci a história dos ex-vice prefeitos da cidade que eram tratados com dignidade. Hoje estamos com quase dois anos de mandato e não fui consultado para nada. Porém, mesmo assim, continuei levando o nome do prefeito nos campeonatos de futebol amador e até assumindo eventos da Prefeitura que me gerou prejuízo financeiro em nome dele. Fiz a minha parte, sempre procurando ser fiel a Zé do Pátio, mas infelizmente, não sou uma pessoa bem-vinda no grupo político dele. A gente só dá oportunidade para quem a gente confia”, desabafou.

Sobre a decisão do prefeito Zé Carlos do Pátio em delegar poderes de prefeito à secretária municipal de Governo, Mara Gleibe Ribeiro Clara da Fonseca, o vice-prefeito declarou que foi a pior decepção, não somente por não ser ouvido, mas devido ao fato dele sair à frente de uma campanha de um candidato à reeleição ao governo estadual (Pedro Taques – PSDB) que não fez nada pela cidade. “O prefeito da segunda maior economia do Estado se afastar da Prefeitura para fazer campanha para um candidato ruim é motivo de muita futilidade. Se fosse ao menos para viajar ao exterior para buscar projetos e recursos para a cidade seria justificado tal ato. Nomearam uma prefeita para assumir 50 dias, sendo que o direito de assumir seria do vice-prefeito. Estou reclamando da forma, jeito e motivo que a situação ocorreu, pois não tenho vaidade em assumir alguns dias uma Prefeitura problemática, para futuramente responder por certos atos que não fiz” explicou.

Fonte | A Tribuna
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