Joel Outo Matos, de 48 anos, teria cometido assédios quando era comandante do batalhão da PM. Tenente-coronel negou as acusações e disse que a situação foi forjada por uma policial militar.

Um tenente-coronel da Polícia Militar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso por supostamente assediar sexualmente jovens policiais militares. A denúncia, que está em segredo de Justiça, foi feita no dia 10 de agosto e divulgada nessa terça-feira (14).

Joel Outo Matos, de 48 anos, teria cometido assédios quando era comandante do batalhão da PM em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá. O MP diz que ele se aproveitava do cargo para assediar as policiais que eram investigadas ou alvos de processos administrativos. Em troca, ele prometia ‘aliviar a barra’ para não puni-las.

Em uma nota divulgada em uma rede social, o tenente-coronel negou as acusações. Ele disse que a situação foi forjada por uma policial militar.

A denúncia foi feita pela 11ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá pelo crime de concussão. Ele é acusado de exigir vantagem indevida de jovens PMs, pressionando-as para a prática de relações sexuais.

Na denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, foram apresentadas declarações de três vítimas.

Denúncias

Uma das policiais que denunciou o tenente-coronel é uma PM que foi investigada por suspeita de ter sequestrado, ameaçado e agredido uma moradora da região com quem teria uma desavença pessoal. A situação ocorreu em 2016.

Assédios ocorreram por quase oito meses pelo WhatsApp (Foto: Divulgação)Assédios ocorreram por quase oito meses pelo WhatsApp (Foto: Divulgação)

Assédios ocorreram por quase oito meses pelo WhatsApp (Foto: Divulgação)

Segundo consta a denúncia, a policial passou a sofrer constantes exigências por parte do tenente-coronel para que ficasse com ele e tivesse relações sexuais.

Em troca, o tenente iria ‘aliviar’ e ‘não ferraria’ na investigação contra ela por causa do episódio daquele ano.

A policial, ao negar os pedidos, era ameaçada e informada que ‘perderia a farda’.

Os assédios ocorreram por quase oito meses pelo WhatsApp e também no gabinete do comando da PM.

Em outro caso, com outra policial e no mesmo ano, a segunda vítima relatou que passou a ser assediada depois de registrar um boletim de ocorrência contra o companheiro dela, também PM em Vila Rica.

A policial afirmou que o tenente-coronel interferiu na situação e passou a dizer que ‘a única forma de ajudá-la e não prejudicá-la, era ter relação sexual com ele’.

Outro lado

O tenente-coronel declarou, em uma rede social, que o caso é de ‘uma acusação leviana de uma criminosa’.

Ele explicou que naquele ano recebeu uma ligação dizendo que a policial havia sequestrado uma jovem e tentado matá-la.

“De imediato determinei o afastamento dela do serviço operacional, instauração de procedimento administrativo, onde a mesma foi punida com prisão”, explicou o tenente-coronel.

“Tal medida não agradou a policial militar, que achando que eu a prejudicava formulou denúncia com o objetivo inicial de me afastar do comando local da PM, forjando mensagens de WhatsApp”, completou.

O policial conclui dizendo que o abuso nunca aconteceu e que ‘Deus vai fazer Justiça’.

Fonte | G1

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