Promessas não cumpridas de pagamento, ameaças e a tentativa de enganar um dos investigados estão entre as motivações do crime.

O delegado Ênio Mattos, da Delegacia de Homicídios da Capital, disse que além dos dois suspeitos presos de forma temporária, há um terceiro envolvido que ainda não foi identificado. Todos são moradores de Santa Catarina, afirmou Mattos.

Vítimas

A chacina ocorreu em 6 de julho. Morreram o viúvo e empresário Paulo Gaspar Lemos, 78, e os três filhos dele: o empresário Leandro Gaspar Lemos, 44, Paulo Gaspar Lemos Junior, 51, que tinha deficiência intelectual, e a artesã Katya Gaspar Lemos, de 50. A quinta vítima era Ricardo Lora, 39, sócio da família. Com exceção de Leandro, todos viviam no apart-hotel.

O primeiro suspeito foi preso na fronteira com o Uruguai e levado a um presídio local, ainda sem data para ser transferido para Santa Catarina. O segundo foi preso no sábado (10), em São José, na Grande Florianópolis.

Criminosos deixaram recado em parede no local do crime (Foto: reprodução NSC TV)

Criminosos deixaram recado em parede no local do crime (Foto: reprodução NSC TV)

Dívidas

Segundo a delegada de homicídios Salete Mariano, um dos criminosos havia trabalhado para a família e não teve os serviços pagos. “Houve promessa de pagamento, conversa, mas a dívida não foi honrada. Além disso, uma pessoa da família quis enganá-lo e teria até ameaçado um dos investigados”, disse.

Paulo Lemos teria dívidas de mais de R$ 300 milhões, mas as investigações apontam que os criminosos quiseram se vingar de um débito de Leandro. “Era mais o filho. Mas aí acabaram levando tudo porque é a família. É aquilo que estava [escrito] lá [no local do crime]: ‘acabaram com nossa família, chegou a vez de vocês'”.

O pai era acusado na Justiça paulista por estelionato. Em Santa Catarina, chegou a responder pelo crime de calúnia, enquanto Leandro por apropriação indébita.

A polícia disse ainda que os assassinos não agiram a mando de ninguém.

Crime

Encapuzados e usando luvas, três homens armados chegaram ao apart-hotel, em Canasvieiras, no Norte da Ilha, na tarde de 5 de julho e renderam seis pessoas. As vítimas foram amarradas e, com exceção de uma funcionária, que conseguiu fugir, foram torturadas e mortas por asfixia.

Após a fuga, a funcionária chamou a polícia. Quando chegaram ao local, por volta da 0h30, os policiais encontraram os corpos, de barriga para baixo, espalhados pelos cômodos. Havia gasolina espalhada pelo apart-hotel e nas roupas das vítimas.

As investigações apontam que os cinco mortos foram ainda torturados psicologicamente por oito horas.

A Polícia Civil disse que os bandidos facilitaram a fuga da única pessoa que escapou da chacina.

“Deixaram as amarras dos braços e das pernas fracas e ela conseguiu se desvencilhar e sair. Não sei por qual razão, mas deixaram a dela mais fraca. Seguramente porque não era da família”, disse o delegado Mattos.

Fonte | G1

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