Uma data para pensar. Com essa concepção, a Prefeitura de Rondonópolis promoveu na manhã desta quinta-feira (8), um encontro onde foram debatidas as conquistas e os desafios do universo feminino. O auditório do Paço Municipal ficou lotado de mulheres e homens que foram assistir às palestras que tiveram como ensejo o Dia Internacional da Mulher. Também participaram do evento representantes de diversas entidades defensoras dos direitos da mulher.

Durante o encontro a secretária de Promoção e Assistência Social, Márcia Rotili, entregou à presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher (CMDM), Mara Oliveira, o projeto de implantação da Casa de Acolhimento das Mulheres de Rondonópolis. Segundo a secretária, a expectativa é de que a entidade seja implantada ainda este ano.

O delegado regional de Rondonópolis, Claudinei Lopes, revelou números preocupante no estado: “A violência contra a mulher tem aumentado. No Mato Grosso, só em 2018, já são mais de 20 mulheres vítimas de feminicídio. É preciso não só um trabalho policial, mas social, pois ainda existe a omissão de parentes e pessoas próximas sobre esse tipo de situação”.

Dar visibilidade aos fatos foi uma das possibilidades apontadas pela psicóloga Marcilene Zaiden para que se possam definir ações de enfrentamento aos casos de violência. Na sua palestra sobre a importância da notificação dos profissionais, a psicóloga, que estava representando a Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, ressaltou também a necessidade de que amigos e familiares que têm ciência desse tipo de violência ouçam a mulher agredida. “A violência física é aquela que é possível ver e, por isso, a mulher notifica. Mas antes disso houve a violência moral, a psicológica, a patrimonial. É um quadro complexo e, de certa forma, toda a sociedade aceita isso, porque muitas vezes estimula a denúncia, mas quando a vítima denuncia ela é criticada”, comentou.

Para tornar as circunstâncias visíveis, Marcilene indicou o suporte emocional que o grupo social do qual a mulher faz parte pode oferecer: “É importante acolher, entender e apoiar a vítima. E, também, é necessário incentivá-la a fazer a notificação, pois, assim, se pode dar visibilidade aos fatos e lidar com essa realidade de forma a desconstruir dados e fazer com que a mulher sinta que pode falar sem ser julgada e culpada, como ocorre frequentemente”.

O defensor público Fábio Barbosa, que falou sobre a importância da notificação nos casos de violência doméstica, relatou o ciclo do abuso: “A agressão funciona quase como um processo matemático em que todas as situações de violência doméstica apresentam fatores comuns. Em geral o ciclo de violência começa dentro da família, no que eu denomino de minipactos sociais em que, por um lado, muitas pessoas sabem da violência, mas preferem se afastar da situação e, por outro lado, ocorrem ciúmes e isolamento da vítima por parte do marido agressor, que afasta a mulher de suas amizades e familiares e, então, a toma como sua propriedade, passando a agressões verbais, físicas, até chegar a fatalidade”.

Outro assunto abordado durante o workshop foi o empoderamento feminino no mercado de trabalho, em que a coach Késia Galvão ensinou as mulheres a desenvolver o poder para o crescimento em todas as áreas da sua vida: “Equilibrar a vida pessoal e a profissional é possível. E o empoderamento é a base para lidar com essa cultura de discriminação e dedos apontados”. Entre os fatores que levam ao empoderamento, Késia citou o autoconhecimento, a multifuncionalidade e a inteligência emocional que, segundo ela, é um diferencial feminino.

Fonte | Assessoria

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