Quem trabalha no Vale do Silício precisa acompanhar os principais avanços da tecnologia. Para conseguir isso, os funcionários e empreendedores estão sempre em busca de técnicas que os ajudem a aprender mais rápido e melhorar a memória e capacidade cognitiva. A mais recente moda, segundo o Quartz, pode se parecer bastante com a forma como você estudava quando estava na escola.

Michael Nielsen, pesquisador da Y Combinator Research, compartilhou recentemente em seu Twitter a técnica que ele costuma usar: os chamados flashcards, cartões com perguntas de um lado e respostas do outro, com pequenas informações sobre determinado tema. Para entender as rápidas mudanças em campos como aprendizagem de máquinas, ele aposta em dividir o assunto em pequenas porções de informação – quanto mais simples, melhor. Com o tempo, ele consegue formar uma hierarquia entre os fatos e conceitos, e eventualmente consegue se lembrar de tudo.

“Eu memorizei cerca de nove mil cartões nos últimos dois anos”, escreveu ele no Twitter. “A maior mudança é que a memória não é mais um evento casual, ao acaso. Pelo contrário, eu garanto que vou me lembrar de algo, com o menor esforço possível: a memória se torna uma escolha”.

Mas é o Vale do Silício, então é claro que os cartões não são de papel. São cartões digitais criados com o software Anki. Nielsen diz que sua estratégia é dividir cada ponto que pretende aprender na menor unidade possível de informação. Ao memorizar pontos simples, em vez de tentar combinar vários conceitos, ele descobriu que consegue depois fazer as conexões com mais eficiência.

“Os pontos não são muito complicados”, afirmou em um tweet que continha um exemplo de cartão com a pergunta: quantos pares de base há no DNA mitocondrial dos seres humanos? A resposta, segundo ele, é 16.569.

Andrej Karpathy, diretor de inteligência artificial da Tesla, entrou na conversa iniciada por Michael Nielsen e escreveu que usa a mesma técnica para se lembrar de fatos que leu nos livros. Outros empreendedores também se juntaram à conversa e compartilharam seu entusiasmo com a estratégia.

Por que funciona? Segundo os especialistas, é exatamente a simplicidade que ajuda o cérebro a formar memórias com mais facilidade. Nossa memória funciona como uma peneira. A maior parte do que é percebido no ambiente é descartado. Algumas informações entram na memória de curto prazo, e em menos de um minuto, ela ou vai para a memória de longo prazo ou é esquecida.

Todo esse processo é complexo, e ainda causa divergência entre os cientistas, mas existem várias técnicas que permitem que os humanos deliberadamente formem memórias de longo prazo. Uma das mais eficazes é conhecida como “repetição espaçada”. Os pesquisadores descobriram que é melhor intercalar a prática ou estudo com longos períodos de reflexão. Esse é o segredo por trás dos cartões. Quando usados corretamente, os cartões utilizam dois mecanismos importantes da memória – repetição e períodos de descanso – para mover a informação para a memória de longo prazo.

Fonte | Época Negócios

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